Na manhã de terça-feira, 31 de julho o professor Raimundo Oliveira Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (Sinproesemma) foi entrevistado pelo jornalista Adalberto Melo, âncora do programa Bom Dia Maranhão da TV Difusora, canal 4 de São Luís/MA. A entrevista foi para falar sobreBrasil tem dificuldade de atrair jovens para a carreira de professor.
O Brasil, assim como outros países da América Latina, tem dificuldade em atrair jovens talentosos para a carreira de professor. Essa é uma das conclusões do estudo Profissão Professor na América Latina – Por que a docência perdeu prestígio e como recuperá-lo?, divulgado no último dia 27 de julho pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
No Brasil, apenas 5% dos jovens de 15 anos pretendem ser professores da educação básica, enquanto 21% pensam em cursar engenharia. No Peru, o índice dos que pretendem optar pela docência é de menos de 3%, contra 32% que querem se tornar engenheiros. Por outro lado, em países onde a profissão é mais valorizada, o interesse tende a ser maior, como na Coreia do Sul, onde 25% dos jovens têm a intenção de lecionar, e na Espanha, onde o índice chega a quase 20%.
Entre as razões para o desinteresse para atuar na educação básica estão, segundo a pesquisa, os baixos salários. “Mesmo nos últimos anos, após uma década de incrementos nos salários dos professores, eles continuam a ganhar consideravelmente menos do que outros profissionais”, enfatiza o texto.
A partir dos dados das pesquisas domiciliares no Brasil, Chile e Peru, o estudo do BID mostra que os educadores ganham cerca da metade da remuneração de profissionais com formação equivalente. No Equador, a diferença é menor, mas os professores ainda recebem 77% da remuneração de outras áreas. No México, o vencimento dos trabalhadores da educação é de 83% dos de outros ramos.
O estudo menciona as informações levantadas pelo Laboratório Latino-americano de Avaliação da Qualidade da Educação em 2013 sobre escolas de 15 países latino-americanos, incluindo o Brasil. Na ocasião, foi constatado que 20% dos estabelecimentos de ensino não tinham banheiros adequados, 54% não tinham sala para os professores e 74% não contavam com laboratório de ciências.
Os dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), citados pela pesquisa, mostram, por exemplo, que os conhecimentos em leitura, matemática e ciências dos jovens de 15 anos da região está dentro dos 40% dos com pior resultado entre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O percentual dos estudantes que não atingem o nível básico das competências é mais do que o dobro da média da OCDE.
De forma bem enfática o professor Raimundo Oliveira Presidente do Sinproesemma falou que “o corpo docente brasileiro está chegando na terceira idade e é preciso uma renovação e para que se torne atrativa deve ter investimentos. A falta de valorização dos professores em relação a outras profissões pelos governantes e a precarização das escolas pública refletem de maneira negativa e fazem com que os alunos de hoje não queiram optar pela carreira da docência”.
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