Sindicatos da região de Barra do Corda promovem I Fórum dos Trabalhadores do Alto Mearim

Nos dias 30 e 31 de maio as entidades sindicais da cidade de Barra do Corda, promoveram o I Fórum dos Trabalhadores do Alto Mearim. Com a organização do Sinproesemma, núcleos de Barra do Corda, Jenipapo dos Vieiras, Fernando Falcão e Itaipava do Grajaú junto com o Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde (SINACS),  Sindicato dos Servidores Públicos do de Barra do Corda (SINTRASEMBAC), Sindicato dos Trabalhadores e de Trabalhadoras Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares (STTR – Barra do Corda), Cooperativa Mista dos Pequenos Produtores Rurais da Copaíba (COOPAÍBA) e Sindicato dos Produtores Rurais (SINRURAL – BC) proporcionaram importante momento de capacitação e sensibilização através de palestras, mesas redondas e assessoria jurídica para os trabalhadores que compareceram a AABB do município.

A professora da UFMA, Dra. Regina Helena Martins de Faria, apresentou o painel “Transformações no Mundo do Trabalho” que abordou os direitos sociais adquiridos pela classe trabalhadora, fruto da luta de classe, caracterizadas por avanços e recuos.

A auditora da Receita Federal e diretora de comunicação da AFIPREMA – Associação dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil no Maranhão, Maria de Lourdes Nunes Carvalho, ministrou a palestra “Previdência Social como Instrumento de Cidadania e o painel “Aposentadoria Rural e Especial”. A especialista fez uma breve retrospectiva sobre o sistema de proteção previdenciária do brasil desde 1923, sua criação, finalidade e os contornos atuais, enfatizando que os governantes sempre se utilizaram de forma indevida dos recursos da previdência social. “Sempre que o Brasil esteve mal das pernas, se recorreu, de forma criminosa aos recursos da previdência para salvar o país. No atual cenário, os mais pobres, o trabalhador assalariado, rural e principalmente as mulheres, foram chamados para “salvar” o país, pura crueldade”, disse.

Segundo o coordenador do núcleo do Sinproesemma em Barra do Corda e vereador Jaile Lopes, este é o momento de termos coragem e união para fazer as mobilizações e enfrentamentos contra a Reforma da Previdência. O sindicalista lembrou que o atual regime previdenciário que está sendo atacado é onde boa parte das injustiças sociais do Brasil são corrigidas. “Exigir 60 anos de idade para professores e trabalhadores rurais é dar as costas para a realidade brasileira. São atividades extremamente penosas, que exigem regras especiais de aposentadoria, devendo também haver diferença de gênero, o que não foi observado no texto” pontuou Jaile.

O fórum também discutiu a participação dos indígenas no mercado de trabalho. Para a liderança indígena Ricardo Canela, o cenário atual é preocupante. “O governo Bolsonaro é uma tragédia na política indigenista, que sofreu um desmonte completo. O discurso do presidente de “integrar” os povos é enganoso. Temos cinco séculos de experiência em resistência e vamos continuar resistindo. Queremos o direito de continuar sendo o que somos, com nossa identidade preservada”, pontuou o líder Canela.

O evento também contou com prestação de serviços para os participantes. Foi disponibilizada banca com assessoria jurídica, direito do consumidor, assessoria do Ministério Público, Defensoria Pública. Foi oferecido aos participantes e comunidade corte de cabelo, limpeza de pele, serviço de saúde, como aferição de PA, teste rápido para diabetes, vacinação contra a gripe, entre outros.